Neste domingo tem mais um ‘Museu Vivo’ no Museu do Folclore de São José

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“Toda vez que eu faço este bolinho, fico pensando em minha mãe, relembrando como ela fazia, de maneira simples e dedicada. Ela fazia muita coisa gostosa para a família. Eu gostava muito quando ela fazia strudel, chucrute, tortas, das bolachinhas de Natal. Todo os anos ela fazia e sempre dizia que precisava de ajuda e eu sempre estava com ela”.

 

Eliana Sena vai fazer no ‘Museu Vivo’ um bolinho de frutas

O depoimento é da joseense Eliana Eberle Carvalho Sena da Silva, moradora há 18 anos no Campos de São José, região leste da cidade. A lembrança é sobre o bolinho de frutas que sua mãe, Bárbara Eberle de Carvalho (já falecida), fazia quando ela era criança, praticamente o ano inteiro, sempre quando tinha banana e maçã.

 

“As coisas que ela fazia não tinham receitas, por isso é difícil refazer. A gente tem que levar muito na memória e às vezes não tem o mesmo sabor. Fazer esta receita é como estar junto com ela”, acrescenta Eliana. Sua mãe também nasceu em São José, mas seus pais vieram da antiga Iugoslávia.

 

Eliana vai fazer o bolinho durante o ‘Museu Vivo’ deste domingo (9), projeto do Museu do Folclore de São José dos Campos, aberto ao público, que acontece todo domingo à tarde (14h às 17h), no Parque da Cidade. Além dela, que já participou em 2017, outros representantes da cultura popular da região também vão mostrar seus saberes.

 

Artesanato

 

Trabalhos feitos por Sena, com arame

Outro que vai mostrar o seu saber é Sérgio Ricardo Sena da Silva, o Sérgio Percussão ou apenas Sena, marido de Eliana. Nascido em Santo André, aos 12 anos de idade Sena morou por seis meses em Sergipe, onde viveu intensamente a cultura local (festas tradicionais, banda de pífano, festa junina nordestina).

 

De volta à Santo André, ele se apaixonou pela feira hippie, música boliviana e, mais tarde, música gospel. Aos 18 anos também dedicou sua atenção às flautas e tambores (é percussionista autodidata desde os anos 90), que mais tarde passou a fabricar. “É da cultura dos percussionistas populares fabricar parte dos seus instrumentos e foi daí que comecei a pesquisar e desenvolver métodos construtivos”, explica Sena.

 

No ‘Museu Vivo’ deste domingo, Sena vai fazer esculturas em arame, um artesanato que passou a desenvolver quando seus filhos eram pequenos. “Como trabalho com aviação, verifiquei que conseguia fazer alguns modelos e como também realizo trabalhos sociais, percebi que esta era uma ferramenta de comunicação e não apenas um artesanato”, ressalta Sena.

 

Música

 

Na música, quem também está de volta ao ‘Museu Vivo’ é o Trio da Roça, formado pelos irmãos Ricardo Roberto dos Santos (o Carlinhos, como é conhecido) e João Silva dos Santos, nascidos em Paraibuna (SP), mais o amigo Miguel Fernandes Faria, natural de Natividade da Serra.

 

Ricardo dos Santos conta que desde criança escutava rádio à noite, com toda a família reunida na cozinha. “A gente escutava as duplas Tonico e Tinoco, Liu e Léo e Alvarenga e Ranchinho, no programa do Edgar de Souza”, conta Carlinhos.

 

Com 14 anos, depois de aprender violão olhando outros violeiros, Ricardo ganhou seu próprio instrumento e passou a tocar em bailinhos da cidade. Há vinte anos, já morando em São José dos Campos, foi convidado a tocar na igreja do bairro onde mora. Foi lá que conheceu Miguel Faria, que convidou a ele e o irmão João Silva para formarem o Trio da Roça.

 

Ao contrário do irmão, João Silva não toca nenhum instrumento, mas sempre gostou de cantar. Quando criança cantarolava as músicas que escutava no rádio à noite com a família. “Bastava escutar umas três vezes a música e já sabia de cor. Primeiro cantei sozinho, depois na igreja e agora no Trio da Roça”, diz ele.

 

Miguel Fernandes Faria nasceu em Natividade da Serra (SP) e gosta de música desde que se entende por gente. Ganhou um cavaquinho quando tinha 10 anos e depois arrumou um violão, aprendendo a tocar os dois instrumentos sozinho. Agora ela toca viola no grupo e conta que aprendeu com o mestre Zé da Viola.

 

O Museu do Folclore de São José dos Campos é um espaço cultural da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e sua gestão é feita pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

 

Museu do Folclore de São José dos Campos

Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana

(12) 3924-7318

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