Museu Vivo de domingo tem poesia, arroz doce e viola caipira

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A poesia é essencial para a cultura popular brasileira e está presente nas letras dos cantos de diferentes manifestações, entoados por grupos de Folias de Reis, Moçambique, Congadas e Jongo, por exemplo; e nas músicas de raiz tocadas por violeiros tradicionais.

 

Sua importância no cenário global lhe rendeu o Dia Mundial da Poesia, instituído em 21 de março de 1999, durante a 30ª Conferência Geral da Unesco, para homenagear a poesia, promover a diversidade das línguas e intensificar os intercâmbios entre culturas.

 

Neste domingo (26), ela será lembrada no Museu do Folclore de São José dos Campos pelo poeta carioca Ismael Alcacibas Jones, em mais uma edição do Museu Vivo, do qual também participarão a cozinheira Ana Rosa dos Santos e o violeiro Silvio de Paula Siqueira.

 

Varal de poesias

 

Ismael Alcacibas Jones, 66 anos (foto ao lado), leva a poesia para as feiras-livres de São José dos Campos e no domingo, além de declamar, também fará um varal de poesias das muitas que já compôs. Tem três livros publicados: Busca Incessante (1999), O Poeta, o Varal e a Poesia (2019) e Crônicas do Poeta (2020).

 

Por 30 anos foi professor na rede particular de ensino no Rio de Janeiro. É graduado em Estudos Sociais pelas Faculdades Integradas Simonsen e pós graduado em Docência Superior pela Universidade Castelo Branco.   

 

Arroz doce

 

Na culinária, a receita será de arroz doce, iguaria bastante consumida nesta época de festa junina. Ela será preparada e compartilhada pela mineira Ana Rosa dos Santos, 74 anos, que sempre acompanhou a mãe na cozinha. Aos poucos ela foi olhando, ‘xeretando’ e aprendendo.

 

“Na cozinha eu gosto mesmo é de fazer doces, casca de laranja, de mamão, bolo de milho, paçoca e arroz doce. Eu cresci na roça e lá as pessoas são muito criativas. O forno era brasa em cima da tampa da forma, para assar os alimentos. No fundo da caçarola colocava folha de caetê para untar a forma”, descreve Ana Rosa.

 

E apesar de ter adaptado as suas receitas à cidade grande, não perdeu aquele toque da tradição caipira. Enquanto conta das coisas da cozinha, relembra de suas histórias, se definindo como uma mulher muito aventureira, na roça ou na cidade.

 

Música caipira

 

Aos 68 anos, o violeiro Silvio de Paula Siqueira (foto ao lado), de Igaratá, vai animar o encontro com boa música caipira. A família foi de circo, o pai queria que ele e os irmãos tocassem. Silvinho, como é conhecido, começou a tocar com seus 8 anos.

 

O pai queria que eles fossem artistas e dizia que ovo de galinha carijó com pimenta do reino era bom para ajudar na cantoria. Tocava na rádio assim que chegou em São José, depois que o pai vendeu o circo com uns 24 anos. “Toco de acordo com o gosto da pessoa”, diz Silvio. Além de tocar viola, ele também faz canga de boi.

 

A canga de boi, também chamada de jugo ou parelha, é uma peça feita de madeira para ser encaixada sobre a cabeça dos bois, para que eles possam ser atrelados a uma carroça ou um arado. Um sistema que ainda hoje é utilizado na roça.

 

Programa

 

O Museu Vivo é um dos programas realizados pelo Museu do Folclore. A atividade reúne ao domingos à tarde, diferentes representantes da cultura popular regional, nas áreas de artesanato, culinária e música. Os encontros acontecem, pelo menos, duas vezes por mês, na área externa do museu, entre 14h e 17h, e são abertos ao público.

 

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo instalado no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, criada em 1998 em São José dos Campos.

 

Museu do Folclore de SJC

Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)

(12) 3924-7318 e (12) 3924-7354

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