Cultura joseense perde um dos seus importantes protagonistas

Compartilhe:

A cultura de São José dos Campos perdeu, nesta semana, um dos seus importantes protagonistas. Faleceu na última terça-feira (14), aos 53 anos, o artista plástico, ator, diretor de teatro e bonequeiro Eliézio dos Santos, o Tatau, como era conhecido no meio artístico e cultural joseense. Tatau era joseense e nasceu no bairro de Santana, região norte da cidade.

 

Sua participação em muitos trabalhos e projetos culturais de instituições como SESC, SESI, Abaçaí Cultura e Arte, Polícia Militar, Grupo Teatral Velhos Novatus foi marcante. Na Fundação Cultural Cassiano Ricardo, por onde passou também, participou de alguns projetos importantes, como o Piraquara, Pirô Piraquara e Oficinas Culturais.

 

No projeto Piraquara, a partir do ano 2000, coordenou como diretor artístico o Núcleo dos Pereirões ‘Caras e Caretas do Vale do Paraíba’. Mas sua versatilidade artística também foi aproveitada na interpretação, na dança e na criação de vários cenários e adereços para os espetáculos que o Piraquara montou ao longo do tempo.

 

“O Tatau foi um grande companheiro de trabalho. Era uma pessoa simples, mas um artista de mão cheia. Era prestativo e ajudava em tudo que podia. Foi essencial para o projeto enquanto pode participar e contribuir”, destaca Maria Conceição da Silva, na época responsável por muitas tarefas, entre elas cuidar do figurino das apresentações teatrais.

 

Para o artista popular e figureiro Benedito Domingos dos Santos, o Benê, que também trabalhou com o Tatau no Piraquara, a partir de 2006, o falecimento do amigo foi uma grande perda. “Tatau era uma pessoa tranquila e, ao mesmo tempo, agitada, pois participava de muitas atividades, além da oficina de empapelamento”.

 

Perfil artístico cultural

 

Tatau fez seu primeiro curso de iniciação teatral no SESC, em 1989, com o professor Jair Leite. Também no SESC, em 1992, fez curso de expressão corporal. No Consulado Italiano, em São José dos Campos, fez curso de comédia Del arte, em 1993. E na Fundação Cultural, em 1994, cursou o núcleo de pesquisa teatral, com Cibele Forjás.

 

Fez curso de sapateado, dança contemporânea, jazz e balé clássico, tendo participado do espetáculo ‘Quebra Nozes’, com direção de Eleonora Oliosi, numa parceria da Fundação Cultural.

 

Em 1990 criou seu próprio grupo de teatro, ‘Brincando em Cena’, com quem criou, atuou e dirigiu o espetáculo ‘O Arco da Terra do Faz de Conta’, apresentado em mais de 80 escolas de São José.

 

Também criou e dirigiu o grupo de teatro da terceira idade pela Secretaria de Esportes da Prefeitura e SESC, com quem ganhou o prêmio de melhor espetáculo ‘Vestindo o Hábito’, no primeiro festival de teatro para a terceira idade do SESC São Carlos.

 

Como ator, participou de mais de 30 espetáculos, como Álbum de Família, Nelson Rodrigues, O Santo e a Porca, Ariano Suassuna, O Coco do Cavalo do Bandido, de Chico de Assis, entre outros.

 

Palestrou sobre Teatro na Comunidade durante o 1º Encontro Nacional de Recreação e Lazer, realizado em Porto Alegre e Belo Horizonte, nos anos de 1995 e 1996. Ministrou oficinas de bonecões em mais de trinta municípios do Estado de São Paulo, tendo criado inúmeros personagens para os carnavais de Caçapava, Ilha Comprida e Atibaia.

 

Foto: Gilmar Adueñas (FCCR/2014)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar ao topo