Quem frequenta o Parque da Cidade, em Santana, já deve ter visto as muitas figuras esculpidas em madeira (a maioria de animais), localizadas em vários pontos da imensa área verde, como se fizessem parte da fauna local. Elas são 10 ao todo e algumas chamam atenção pelo tamanho, como a de dois jacarés. Uma delas, inclusive, está sendo restaurada pelo autor, o escultor Calistrato Salles Teixeira, o Tatão, 73 anos.
Tatão é um dos representantes da cultura popular regional que participará, neste domingo (3), da primeira edição de fevereiro do programa Museu Vivo, do Museu do Folclore de São José dos Campos. Também estarão presentes Manuel dos Santos Almeida, mestre de Catira, e a comerciante Rosângela Ferreira Bueno da Silva. A programação é aberta ao público e acontece todo domingo, das 14h às 17h, na área externa do Museu do Folclore.
Escultura de animais
Nascido em Laguna (SC), Tatão vem esculpindo essas figuras no Parque da Cidade há cerca de 15 anos, aproveitando o material que a própria natureza lhe oferece, os troncos de árvores caídas. Explica que optou por esculpir figuras de animais, por serem mais aceitos pelas pessoas. “Animais não são controversos, não geram problemas”, enfatiza Tatão, que já foi aviador militar e hoje está aposentado.
“A obra nunca termina e o que eu faço aqui (no Parque da Cidade) é um desafio pessoal”, enfatiza Tatão. Quando criança, ele brincava construindo objetos ligados à aviação. Construía hangares em cartolina e aviões esculpidos em madeira. “Comecei sozinho, mas não dá para dizer que aprendi sozinho, porque tenho uma certa idade e já vi muitas obras em museus e livros de artes”.
Catira é diversão
Manuel dos Santos Almeida, 62 anos, é mestre de Catira (União Lobatense) e de Moçambique (Esperança), em Monteiro Lobato, onde nasceu e mora até hoje. Ele está no comando do grupo de Catira desde 2010, tendo assumindo o lugar do seu irmão. Conta que começou a dançar Catira em 2008 e tudo que sabe aprendeu com dois primos de segundo grau, Francisco e Antonio Rosa.
“A Catira é uma dança de origem indígena e com característica de diversão, diferente do Moçambique, que é uma dança religiosa, mas não é difícil aprender. Tem que prestar atenção nas palmas e no sapateado do mestre, além de ficar atento ao repicado da viola da dupla que canta e toca”, explica Manuel. O grupo se apresenta com 8 ou 10 pessoas, acompanhado da dupla Monteiro e Monteirinho.
Bolo de arroz
“Este bolo de arroz eu aprendi a fazer aos 27 anos de idade, quando fui para Santo Antônio do Pinhal, numa festa. Chegou lá eu vi uma senhora fazendo, aí fiquei ao lado dela e ela me ensinou. Só que ela socava o arroz no pilão, aí ela falou que eu poderia deixar de molho que ficaria mais fácil”.
A explicação é da mineira Rosângela Ferreira Bueno da Silva, a Rose, 62 anos, nascida em Governador Valadares (MG), e moradora no Campos de São José. Rose é uma pessoa atuante no bairro e quando tem festa da comunidade ela costuma fazer caldos e bolos.
Ela diz que a receita é simples e o bolo é fácil de fazer. “Para três xícaras de arroz são três xícaras de açúcar. Ainda vão três ovos, duas xícaras de leite e uma colher de sopa de fermento. Deixe o arroz de molho por 4 horas, depois bata tudo no liquidificador e leve ao forno moderado, com 180 graus”.
O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e sua gestão é feita pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos. Ele funciona de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos sábado e domingos, das 14h às 17h.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318