‘Museu Vivo’ de domingo (26) vai mostrar moda de viola, tapioca e ‘fofoca’

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Neste último domingo (26) do mês de abril, o Museu do Folclore de São José dos Campos realiza mais uma edição do Projeto Museu Vivo, que irá mostrar um pouco da sabedoria do violeiro José Soares da Silva, conhecido como Zé da Viola, da baiana Joana Cavalcanti Rocha, na culinária, e da maranhense Maria da Silva Machado Cantuário, no artesanato. A atividade é aberta ao público e acontece na área externa do museu, entre 14h e 17h.

Música

Zé da Viola (foto maior) é joseense e aprendeu a tocar viola com oito anos de idade, observando seu pai, que manejava o instrumento nos grupos de Folia de Reis, Catira e Dança de São Gonçalo. Naquele tempo, segundo ele, as violas eram feitas na roça mesmo, de cedro serrado no ‘traçador’, aplainadas e depois ‘cavadas’ com canivete. Não eram usados pregos e a cola para unir as partes era de peixe.

As cordas eram compradas em casas de ferragens ou de material de pesca, pois não existiam lojas de instrumentos musicais naquela época. “As violas não eram pintadas, ficavam na cor da madeira mesmo. Não ficava uma coisa bonita, mas dava pra tocar”, conta seu Zé.

Aos 14 anos formou uma dupla com o irmão Edgar (eram cinco irmãos na família). Com 16 deixou a roça e foi morar na Vila Sinhá, quando aprendeu o nome das notas musicais e começou a compor as próprias músicas. Ao longo da sua vida seu Zé já trabalhou como forneiro numa olaria, servente de pedreiro e depois como pedreiro.

Hoje dá aulas de viola em sua casa e em casas de cultura da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR). Participa de um grupo de Folia de Reis e atende pedidos para tocar em festas e eventos de amigos e religiosos.

Culinária

Divulgação
Joana vai mostrar como faz uma tapioca baiana

Joana Cavalcante nasceu em Irecê (BA) e vai mostrar como faz uma tapioca. Ela conta que desde criança come a iguaria no café da manhã, com manteiga ou queijo coalho, além de banana comprida e batata doce. Na Bahia a tapioca fazia o papel do pão francês.

Seu conhecimento vem da família, que tinha plantação de mandioca onde moravam. Joana ajudava o pai em todo o processo na casa da farinha, descascando, lavando e secando a raiz para chegar ao polvilho. Hoje ela faz tapioca doce para seus filhos, com leite condensado e coco ralado, mas na terra natal comia com recheio salgado.

 

 

 

 

 

 

Artesanato

Divulgação
Maria da Silva faz o ponto ‘fofoca’

Maria da Silva viveu a maior parte da sua vida em São Luis (MA) e há sete anos mora em São José dos Campos, no bairro Jardim São José I, com o marido e dois filhos. O trabalho artesanal que ela vai mostrar no ‘Museu Vivo’ deste domingo é chamado de ‘fofoca’, que é um ponto parecido com o fuxico, utilizado em bolsas e almofadas.

Maria conta que gosta muito de artesanato e aprendeu a fazer este ponto olhando outra pessoa fazer. “Fui ao posto de saúde uma vez e vi uma senhora fazendo o ponto. Cheguei em casa e tentei fazer, mas não deu certo. Num outro dia encontrei a mesma senhora fazendo o trabalho e percebi que o tecido era desfiado. Tentei fazer novamente e desta vez deu certo”.

 

 

 

 

 

 

 

Museu do Folclore: Avenida Olivo Gomes, 100, Parque da Cidade, Santana. Informações: 3924-7318.

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