Museu do Folclore encerra Ciclo de Natal com a 19ª Chegada das Bandeiras, domingo (31)

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Um grupo de 17 Folia de Reis de cinco cidades do Vale do Paraíba (São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Paraibuna e São José do Barreiro) e dos municípios mineiros de Conceição do Rio Verde e São Lourenço participam no dia 31 de janeiro, no Museu do Folclore de São José dos Campos, da 19ª Chegada das Bandeiras. Entre elas a mais antiga do Estado de São Paulo, da Folia de Reis do Sertão da Onça, de São José do Barreiro.

A manifestação é aberta ao público e começa às 9h na área externa do museu, com uma celebração e benção das bandeiras, a cargo do padre Milton Faria, capelão no Hospital Pio XII, em Santana. Em seguida as folias visitam o presépio, montado pelo figureiro Magela Borbagatto, de Jacareí.

Folias participantes

São José dos Campos: Cia de Reis Esplendor do Oriente, Cia Irmandade Santos Reis, Folia de Reis São Vicente de Paula, Folia de Reis Estrela de Belém, Folia de Reis de Santana, Cia dos Três Reis do Oriente, Folia de Reis do Mestre Zé Mira, Folia de Reis São José e Folia de Reis Bom Jesus do Buquirinha.

Jacareí: Folia de Reis Filhos do Oriente e Folia de Reis Nossa Senhora de Guadalupe.

São José do Barreiro: Folia de Reis Sertão da Onça.

Paraibuna: Folia de Reis Alferes Bento.

Caçapava: Folia de Santos Reis.

Conceição do Rio Verde (MG): Folia de Reis do Zé Marquim e Folia de Reis do Pedro Cabrito.

São Lourenço (MG): Folia de Reis de São Lourenço.

Um pouco da história

A Folia de Reis do Sertão da Onça, de São José do Barreiro, é a mais antiga do Estado de São Paulo. Este ano ela completa 96 anos de existência, 31 dos quais sob comando do mestre Jesus Pereira de Lima (59 anos), conhecido entre os foliões da região pela facilidade para compor versos das músicas que canta durante as manifestações. Segundo ele, a folia foi formada por um tio do seu avô em 1920.

Com 82 anos de idade e há 68 à frente da Folia de Reis Estrela Guia de São José, de São José dos Campos, o ‘embaixador’ Sebastião Marcolino (de boina preta na foto grande) começou cedo na folia. Aos 14 anos, quando seu pai ficou doente, montou um grupo com jovens de 15 anos e apenas uma pessoa idosa. Ele conta que a folia tem duas bandeiras: uma menor, usado no carro, para ajudar a divulgar o grupo, e outra maior, utilizada durante os festejos.

“Nós temos muita união graça a Deus. E essa tradição já vem de nossos pais. O meu pais era folião, cantava Folia de Reis, cantava Divino, cantava terço de São Gonçalo. A gente era pequena e ia com ele”. A declaração é de Luiz Maria Ribeiro, que junto com o marido, Vitor Ribeiro, são responsáveis pela Folia Irmandade de Santos Reis, também de São José dos Campos.

Foto: Chico Abelha
Vitor e Luiza à frente da Folia Irmandade de Santos Reis

Literatura disponível

Estas três pequenas histórias e muitas outras informações sobre essas Folia de Reis podem ser conferidas nos volumes 22 e 23 da Coleção Cadernos de Folclore do Museu do Folclore, com os títulos de ‘O Saber e o Fazer no Museu do Folclore I e II’. Os dois livros estão à disposição na biblioteca do museu e também podem ser lidos pela internet.

Além destes, a biblioteca do museu, especializada em cultura popular, tem outros 21 títulos de autores diversos sobre Folia de Reis, além de 46 gravações em vídeo sobre o assunto.

A Chegada das Bandeiras é realizada anualmente numa parceria entre as folias, o Museu do Folclore e a Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR). A organização é do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), associação social sem fins lucrativos responsável pela gestão do Museu do Folclore.

Museu do Folclore: Avenida Olivo Gomes, 100, Parque da Cidade, Santana. Informações: 3924-7318.

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