O Museu do Folclore de São José dos Campos preparou para este primeiro domingo de maio (3) mais uma edição do projeto Museu Vivo, com a presença de pessoas da comunidade que mostrarão seus ‘saberes’ na culinária, artesanato e música. A atividade acontece entre 14h e 17h na área externa do museu, no Parque da Cidade, e é aberta ao público, que pode acompanhar e interagir com os convidados.
O ‘Museu Vivo’ tem como objetivo valorizar as pessoas que detêm o conhecimento adquirido espontaneamente ao longo do tempo, o chamado patrimônio imaterial, aquele que ‘vem com a pessoa’, a sabedoria de cada um. “É uma forma de incentivar estas pessoas a reconhecerem o seu próprio patrimônio cultural”, explica a cientista social Angela Savastano.
Música
O cearense Pedro Quadro da Silva e o piauiense Domingos Oliveira vão fazer uma apresentação diferente neste domingo. Pedro é marido de Maria das Dores e também nasceu em Crateus. Ele trabalha como carpinteiro e faz objetos e serviços nesta área; e vai mostrar seu conhecimento no triângulo.
Domingos nasceu em Piracuruca e vive há mais de 20 anos em São José dos Campos. É soldador e já trabalhou em várias regiões do Brasil. O pandeiro ele toca desde a juventude, mas já era baterista em uma banda formada por primos.
Artesanato
A cearense Maria das Dores Gomes da Silva é outra que estará no ‘Museu Vivo’ de domingo, mostrando seu conhecimento no artesanato fazendo tapetes, capas de almofadas, colchas e retalhos. “Eu aprendi a costurar há muito tempo, pois minha mães também costurava e cresci observando ela trabalhar”, conta Maria das Dores, nascida em Crateus.
Maria das Dores vive há muitos anos em São José dos Campos e há 12 no Jardim São José II. E mesmo há tanto tempo na cidade, ela cultiva o gosto pela roça, pelo fogão à lenha, galinha caipira no terreiro, ralador de mandioca.
Culinária
Na culinária, Rosária Cecília dos Santos vai fazer um bolo que inclui mamão verde na receita. Ela conta que aprendeu com sua avó, que tinha muitos pés de mamão plantados no quintal de casa. “Minha vó gostava de usar a fruta verde em tudo que fazia, para render”. O bolo era feito para alimentação da família no dia a dia e até para acompanhar a comida que Rosária levava para os homens que trabalhavam na roça.
Rosária nasceu na zona rural de São Bento do Sapucaí em 1965 e lá viveu até sua mocidade, sempre ajudando os pais nas diversas tarefas rurais. Hoje, ainda morando em São Bento e trabalhando no comércio, Rosária faz as comidas que aprendeu com seus antepassados, pois acha importante repassar a tradição e toda sua experiência de roça para as gerações mais novas.
O ‘Museu Vivo’ ocorre sob supervisão do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), associação social sem fins lucrativos responsável pela gestão do Museu do Folclore, em convênio com a Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).
Museu do Folclore: Avenida Olivo Gomes, 100, Parque da Cidade, Santana. Informações: 3924-7318.