Centenas de pessoas aproveitaram o domingo (27) ensolarado para participar do encontro de grupos de Folias de Reis do município e de outras cidades da região. A 22ª edição do Encontro das Bandeiras aconteceu no Museu do Folclore.
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Realizada anualmente, há mais de 20 anos, a manifestação contou com a presença de 13 grupos. Entre eles, o da Folia de Reis Estrela de Belém, do Jardim Telespark (região norte de São José), em atividade há 48 anos.
Estreante na companhia Estrela de Belém, o pintor Joaquim Nascimento encontrou na atividade uma maneira de colocar os dons artísticos em prática.
“O que fica pendurado na parede das casas são traças. Os instrumentos servem para tocar e alegrar a vida das pessoas. Sou músico e já tinha um tempo que queria fazer parte de uma companhia de Reis. O mais legal desta atividade é o amor que somos recebidos nas casas. Essa tradição não pode morrer”, disse.
Integrante desde 1985 da Companhia Estrela do Oriente, da Vila Terezinha (região central), a família Oliveira contou toda orgulhosa algumas apresentações realizadas durante as três décadas de atividade.
O pai José Paulo puxou a prosa. “Já nos apresentamos até no Paraná”, contou. “Na cidade de Ponta Grossa”, completou o irmão Sebastião de Oliveira.
“É uma tradição que não pode deixar morrer. Neste grupo, tem pai, filho, tios, primos. É uma reunião de família”, destacou José Aparecido, filho de José Paulo.
Da cidade vizinha, Caçapava, vieram Jorge Luiz e Luiz Gonzaga, integrantes da Folia de Santos Reis. Mesmo ansiosos, exibiam sorridentes o pandeiro e a viola.
Para Jorge Luiz Nascimento, a atração é uma oportunidade de colocar em prática os valores aprendidos na infância.
“Com meu pai, aprendi a tocar moda de viola e pandeiro. É uma emoção muito grande participar de uma apresentação como essa. Não tem valor no mundo que pague esse momento”, pontuou.
E para provar que na Folia de Reis também tem espaço para as mulheres, a cozinheira Maria de Lourdes Abrão participa de quatro companhias.
“Espero o ano inteiro por esse momento. Eu sou o Marungo, personagem que distrai as pessoas para não chegarem até o menino Jesus. O palhaço vai dançando e eu adoro dançar”, contou.
Na plateia, crianças e adultos registravam cada uma das encenações. A pequena Letícia, de 4 anos, não resistiu ao som dos pandeiros, sanfona, viola e violão. A menina caiu na Folia de Reis com tamanha desenvoltura que nem parecia ser o primeiro contato dela com a atividade.
“É uma festa linda. Essa é a primeira vez que participo com a Letícia. Precisamos preservar esses momentos festivos”, afirmou.
A atração, que contou com a celebração e benção das bandeiras, conduzidas pelo diácono Oscar Ivo, da Paróquia de Santana, marcou o encerramento do Ciclo de Natal e o fechamento do presépio do Museu do Folclore.
O Museu do Folclore, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, funciona sob gestão do Centro de Estudos da Cultura Popular, organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos.
Folias Participantes
São José: Cia de Reis Esplendor do Oriente (Jd. Satélite), Cia Irmandade Santos Reis (Novo Horizonte), Folia de Reis São Vicente de Paula (Vila São Geraldo), Folia de Reis Estrela de Belém (Jd. Telespark), Folia de Reis de Santana (Santana), Folia de Reis do Mestre Zé Mira (Putim), Folia de Reis Bom Jesus do Buquirinha (Buquirinha) e Cia. dos Três Reis Estrela do Oriente (Vila Terezinha).
Jacareí: Folia de Reis Filhos do Oriente, Folia de Reis Estrela do Oriente e Folia de Reis Nossa Senhora de Guadalupe.
Paraibuna: Folia de Reis Alferes Bento.
Caçapava: Folia de Santos Reis.
Texto: Gisele Lopes – Assessoria de Comunicação / Prefeitura de SJC
Museu do Folclore de SJC
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