Museu Vivo compartilha diferentes sabedorias da cultura popular

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A mineira Laudelina Diniz Lopes terá muito o que comemorar nos próximos meses. Ela completará 61 anos de casamento em dezembro e 80 anos de idade em janeiro. Uma vida inteira ao lado do marido, o também mineiro Otto Lopes dos Santos, de 94 anos.

 

Mas, além da boa convivência, eles têm outra coisa incomum: os saberes e fazeres da cultura popular. Laudelina é uma cozinheira de mão cheia de diferentes doces. E Otto, um artesão de pequenos objetos feitos com cascas de árvores, sementes, frutos secos e tocos de madeira.

 

Os dois participarão na próxima edição do Museu Vivo, neste domingo (15), das 14h às 17h, ao lado da joseense e contadora de histórias Adriana Helena Santana de Oliveira, 52 anos, que também é professora e escritora.

 

Trabalhos manuais

 

Quando Otto estava na escola, a nota em trabalhos manuais sempre foi 10 com louvor. Hoje, ele continua fazendo o que gosta e conta que aprendeu naturalmente, impulsionado pela curiosidade e a criatividade. Os materiais ele pega da natureza: cascas, galhos, folhas e sementes de árvores.

 

No domingo, além de expor muitos objetos que já fez, Otto compartilhará com o público a sua sabedoria em como utilizar materiais que, naturalmente, não seriam reaproveitados.

 

Arroz doce

 

Laudelina (foto ao lado) aprendeu a fazer doces com sua mãe, Maria Souza Diniz. Ela conta que desde pequena a ajudava na cozinha. “Eu fui criada em zona rural, onde havia muitas frutas e minha mãe fazia doce de todas elas e, aos poucos, eu ia aprendendo”, diz ela.

 

No final de semana Laudelina vai fazer uma receita de arroz doce. “Eu faço doces de várias frutas, mas todos parecem uma geleia. Também arrisco algumas receitas salgadas, mas minha especialidade são os doces”, destaca Laudelina.

 

Contação de histórias

 

Adriana (foto abaixo) volta ao Museu Vivo para compartilhar uma sabedoria da qual gosta muito, que é a contação de histórias. Ela é professora aposentada e chegou a trabalhar na Sala de Leitura por um bom tempo, onde passou a desenvolver o gosto pela contação de histórias.

 

“Na época, o meu público eram meus alunos. Hoje, conto histórias em locais que me convidam, como na Casa do Idoso da Prefeitura, igreja e no Museu do Folclore”, diz ela. Sua meta, agora, é lançar um livro infantil no formato digital. “O texto está quase pronto, só falta a ilustração”, revela.

 

Programa e gestão

 

O Museu Vivo é um programa do Museu do Folclore que valoriza os detentores do saber e fazer da cultura popular. Os encontros ocorrem sempre aos domingos com a presença de diferentes fazedores. Eles são abertos ao público, que pode vivenciar ricas experiências.

 

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que funciona desde 1997 no Parque da Cidade. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

 

Museu do Folclore de SJC

Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)

(12) 3924-7318 e (12) 3924-7354

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