Museu do Folclore realiza exposição temporária sobre parteiras tradicionais

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A chegada de uma nova vida é sempre cercada por costumes e crenças, que possibilitam compreender uma importante faceta da identidade de um povo. É um ato de cuidados coletivos, rodeado por diversos atores. Dentre seus protagonistas, encontram-se as parteiras tradicionais, que não deixaram de ser atuais, reais e cotidianas em diferentes regiões do Brasil.

 

É nas parteiras tradicionais que se concentra a nova exposição temporária do Museu do Folclore de São José dos Campos, ‘Mãos que Amparam: Histórias do Parir e do Partejar’, que será aberta no próximo domingo (15), às 15h30. A proposta é contar histórias, em sua maioria, de gerações passadas, mas que se mantêm vivas e pulsantes.

 

“Queremos desmistificar a figura da parteira, muitas vezes compreendida no senso comum como um ofício do passado, de um tempo em que a ciência médica não era acessível e entendida como um saber feminino rudimentar, desprovido de um conhecimento profundo”, explica Mariana Boujad, museóloga do Museu do Folclore e curadora da exposição.

 

No mesmo dia será realizado um Museu Vivo especial, com retorno da culinária, onde a cozinheira Alzira Vilella, 64 anos, fará uma canja, alimento muito recomendado e consumido no pós-parto. Além da canja, Alzira também vai partilhar histórias e saberes acerca desse momento do parto, como remédios e simpatias.

 

Módulos

 

A exposição ficará aberta até o dia 15 de setembro e será dividida em núcleos que destacarão questões relativas a fé, ao conhecimento tradicional e científico do partejar, bem como relatos de parteiras e de parturientes, obtidos por meio de entrevistas, questionários e das redes sociais do museu.

 

Também haverá um mapa com identificação de onde atuavam as antigas parteiras de São José, elementos ligados à religiosidade (figuras de santos), ervas, objetos (garrafadas e maleta) e espaço para que o público possa interagir com a exposição, relatando seus conhecimentos e experiências a respeito do assunto.

 

Paralelamente a estas histórias, haverá outras representações contemporâneas do ofício, as chamadas ‘parteiras urbanas’, que possuem formação institucionalizada, mas que dialogam e bebem na fonte da parteira tradicional, permitindo o protagonismo da mãe no momento do nascimento.

 

Perfil

 

As parteiras tradicionais são figuras envoltas em mitos e estigmas. São chamadas assim em razão dos seus conhecimentos e das visões de mundo que são repassadas, oralmente, de mãe para filha, avó para neta, tia para sobrinha, comadre para vizinha.

 

Cada parteira possui sua individualidade, suas crenças pessoais e suas regionalidades. Algumas carregam suas maletas com utensílios, plantas, rezas e chás. Todas levam sua experiência, sua fé e suas mãos que amparam o nascer.

 

São mulheres importantes dentro das comunidades em que moram e atuam. Acompanham a gestação, o parir e o cuidar.

 

Visitas

 

Durante o período de 17 a 20 de maio o museu receberá grupos de alunos para visitas especiais às exposições permanente e temporária. As escolas interessadas já podem se inscrever pelos telefones (12) 3924-7354 ou (12) 3924-7318.

 

A mostra também marcará a participação do museu na 20º Semana Nacional de Museus, que acontece de 16 a 22 de maio, com o tema ‘O poder dos museus’. No dia 22 o museu também promoverá uma nova edição do Museu Vivo.

 

Gestão

 

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, instalado no Parque da Cidade desde 1997. O museu funciona sob gestão do CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que tem sede em São José dos Campos.

 

Museu do Folclore de SJC

Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)

(12) 3924-7354 ou (12) 3924-7318

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