25º volume da Coleção Cadernos de Folclore será lançado hoje à noite

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O Museu do Folclore de São José dos Campos lança hoje o 25º volume da Coleção Cadernos de Folclore, de autoria da pesquisadora e escritora Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo. O lançamento ocorre às 19h no auditório do Museu Municipal e tem entrada franca. A obra foi editada pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo e Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP).

 

Medicina popular das caatingas do Geopark Araripe Ceará é o 15º livro da autora e seu segundo que faz parte da Coleção Cadernos de Folclore. O anterior foi lançado em 2008 (18º volume), o oitavo da sua carreira: ‘O milho e a mandioca nas cozinhas brasileiras, segundo contam suas histórias’. Maria Thereza é natural de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, e neste ano completou 91 anos.

 

Importante contribuição

 

“Nossa expectativa é que a presente obra contribua para a divulgação regional da temática abordada, bem como sirva de fonte de referência para pesquisas futuras, assim como já aconteceu com os demais volumes publicados anteriormente, desde 1986”, afirma o presidente do CECP, Ricardo Savastano.

 

Para a Fundação Cultural, é possível afirmar que, percorridos 33 anos, a Coleção Cadernos de Folclore se consolidou como uma importante fonte de pesquisa sobre a cultura popular brasileira.

 

25º volume

 

Maria Thereza explica que a obra é resultado de reflexões sobre o ‘sentir-se doente’ e ‘sentir-se curado’ por parte dos romeiros de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte (CE). “Reflexões das observações feitas por mim durante a pesquisa de campo e dos contatos que mantive, pelos cerca de 20 anos percorrendo a região do Geopark Araripe”, conta a autora.

 

O Geopark Araripe (parque geológico), no Ceará, tem 13 anos de existência, e é o único no Brasil reconhecido pela Unesco (integra o programa de Rede Global de Geoparks), sendo um dos projetos mais relevantes de valorização do geoturismo, da geoconservação e geoeducação. Sua área abrange seis municípios da região do Cariri (Crato, Juazeiro do Norte, Santana do Cariri Nova Olinda, Missão Velha e Barbalha).

 

Segundo o doutor professor Franco Puttini, da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), que escreveu o prefácio do livro, a escritora mostra em sua obra como as atividades farmacológicas das plantas medicinais atuam de modo ritualístico no processo de cura social nas romarias, uma característica forte da medicina popular.

 

“O destaque está na explicação vitalista da emoção que o romeiro carrega na romaria: o romeiro se sente curado pela emoção, um sentimento que atribui valor sagrado ao mundo de sua vida e interage enquanto atividade terapêutica no corpo doente. A peregrinação evidencia uma eficácia terapêutica”, destaca em seu texto Franco Puttini.

 

Perfil da autora

 

Maria Thereza conta que nasceu em Cruzeiro por acaso, mas que tem muito orgulho de ser do Vale do Paraíba. “A família de meu pai é do Vale e na ocasião de meu nascimento, meus avós estavam em Cruzeiro e meu pai achou prudente minha mãe, que era mineira e sem familiares por aqui, ter o bebê sob cuidados dos avós”. Hoje a escritora reside em São Paulo, onde seu marido, que era médico, exerceu a profissão até seu falecimento.

 

Apesar de sua formação em Secretariado pela Universidade Mackenzie (em 1946), Maria Thereza especializou-se e atua nas áreas de Etnofarmacobotânica (em 1972, pela USP), Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Humanas (Antropologia, Sociologia) e Medicina Popular. A partir de 85 passou a integrar o corpo de diretores do Centro de Estudos da Religião Duglas Teixeira Monteiro (USP/PUCSP).

 

A escritora foi premiada pela prefeitura de São Paulo, em 1972, com o 1º Prêmio Mário de Andrade, com o trabalho ‘Medicina Popular em Favela de São Paulo’, e em 1989 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o 1º Prêmio Câmara Cascudo, com o trabalho ‘As Plantas no Catimbó em Meleagro, de Luis Câmara Cascudo’. Em 2008 foi homenageada pela Unifesp, durante o XX Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, por sua contribuição aos estudos das plantas medicinais.

 

Em sua trajetória profissional, Maria Thereza também foi protagonista, no Brasil e exterior (Argentina, Chile, Cuba, Paraguai, Portugal, Uruguai e Venezuela), em aulas universitárias, congressos, seminários, conferências, mesas redondas e palestras; publicou artigos em revistas especializadas, participou e foi citada em publicações de outros autores, participou de bancas examinadoras de mestrados e doutorados, organizou eventos e fez parte de uma série de instituições.

 

Museu Municipal de SJC

Praça Afonso Pena, 29 – Centro

(12) 3924-7318 / 3924-7354

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